animação para capa de revista
animação para capa de revista
animação para capa de revista
Revista Quatro cinco um. Edição setembro de 2019
Desenho da capa: Celso Longo e Daniel Trench – Estúdi
desenho da capa: daniel trench – estúdio CLDT
animação: thiago simbol
Revista Quatro cinco um. Edição setembro de 2019
Desenho da capa: Celso Longo e Daniel Trench – Estúdi
desenho da capa: daniel trench – estúdio CLDT
animação: thiago simbol
texto e fotografia/
WEIWEI NA OCA DO IBIRAPUERA
A Oca esconde uma imensidão de sensações em seu formato de casco com a exposição
‘’AI WEIWEI RAIZ’’. Pela primeira vez em São Paulo, o aclamado artista plástico chinês
Ai Weiwei reúne 70 de suas obras mais icônicas que transcorrem sua história de vida pessoal.
Suas produções evidenciam tradições culturais e contradições de uma sociedade indiferente diante a tragédias sociais, com fortes críticas ao governo da República Popular da China.
A mostra se fragmenta pelos quatro andares do pavilhão de exposições projetado pelo arquiteto Oscar Niemayer e organiza o espaço de forma rica, se esparramando por caminhos que se cruzam com obras de larga escala realçando os enormes vãos da Oca.
Com a curadoria de Marcello Dantas, é a maior exibição já feita pelo artista, suas obras mais simbólicas são expostas, mas também as mais recentes criadas a partir de dois ateliês montados no Brasil, um em Trancoso (Bahia) e outro em Cotia (São Paulo).
O ARTISTA
Nascido em Pequim, capital da China, Ai Weiwei atua como arquiteto, fotógrafo e curador. Ganhou notoriedade como artista a partir suas denúncias politicas marcadas em suas obras.
Por exemplo a instalação ''Fragments'' (2005) que útiliza madeiras que restaram de um templo budista destruído por ordem do governo comunista chinês.
Weiwei ajudou a conceber o Estádio Nacional de Pequim para as olimpíadas de 2008, envolvido na área de design com parceria do escritório Herzog & de Meuron. Os dois grupos também participaram juntos da concepção do pavilhão da Serpentine Gallery em 2012.
Em 2011 chegou a ser detido no aeroporto de sua cidade pelas autoridades, por suposta fraude fiscal. Ficou por 81 dias na prisão e foi submetido por inúmeros interrogatórios. A prisão foi criticada internacionalmente por organizações de luta pelos direitos humanos.
Recentemente (2018), denunciou a ação do governo chinês nas redes sociais, postou uma série de vídeos da demolição de seu atelier em Pequim, que ocorreu sem qualquer aviso prévio.
“Straight”
Instalação feita a partir de 164 toneladas de vergalhões de aço recuperados nos escombros das escolas públicas de Sichuan (China) após o terremoto que abalou o país em 2008. Em defesa dos direitos civis, a obra relembra a vida de milhares de estudantes que morreram durante o incidente. Os prédios que ruíram não atendiam aos padrões de exigências solicitadas pelo governo comunista chinês.
O Studio Weiwei passou por incidentes envolvendo perseguição e repressão do governo da Província de Sichuam ao investigar o caso e cobrar dados estatísticos do número de mortes ocorridas na catástrofe. Segundo o artista, estas experiências definitivamente acabam sendo expressas na obra.
O nome ‘‘Straight’’ ou ‘‘reto’’ faz a alusão aos frequentes apagamentos de informações e de memória cultural pelo governo ditatorial chinês. Uma vez que as barras foram encontradas totalmente contorcidas pelo desabamento dos prédios, o metal passou por longos processos metalúrgicos, até que todos os vergalhões adquiriram a sua forma reta inicial. Estas barras carregadas de história são colocadas no chão até que sobrepostas tomam o formato de uma peça retangular.
“Forever bicycles”
A instalação já tomou diferentes formas usando bicicletas metálicas encaixadas e sobrepostas. Está a cerca de 4 meses na parte de fora da Parque Ibirapuera. O artista defende a ideia de que é possível projetar arquitetura com qualquer tipo de material, que todo objeto tem suas propriedades construtivas. Nesta obra, ele busca a plasticidade da estrutura a partir de um objeto comum, porém incomum da maneira que se é arranjado.
Ai Weiwei conta que na China, na época em que nasceu e viveu sua infância, ter uma bicicleta era sinônimo de luxo. Diz que a obra basicamente está relacionada ao ser humano, o ser cidadão, e toca cada pessoa de acordo com suas próprias referências e percepções de um objeto popular do cotidiano.